Em Cessão de Tempo, Agenor Tupinambá defende a permanência da capivara Filó

A deputada Joana Darc (UB) propôs, na manhã desta terça-feira (25), durante sessão ordinária da Assembleia Legislativa do Amazonas (Aleam), uma Cessão de Tempo para Agenor Tupinambá, 23 anos, discursar sobre a permanência da capivara Filó, no município de Autazes (113 km de Manaus). Agenor usou as redes sociais para mostrar a rotina da capivara, em seu habitat natural, depois de ser resgatada após perder a mãe, ainda quando filhote.

De acordo com a parlamentar, após viagem a Autazes, foi confirmado que não procedem as alegações do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e Recursos Naturais (Ibama) e, ainda, das pessoas que não conhecem a realidade do Amazonas, pois Agenor e sua família moram numa casa flutuante e a capivara Filó vive solta, sem estar em cativeiro ou cela.

“Não se trata de apenas defender um animal, mas também de defender um cidadão de Autazes, uma pessoa que cuida e ama os animais. Estive no município e pude ver a realidade da família do Agenor, este jovem que está sendo multado em R$ 17 mil, ele sofre esse desrespeito e sendo perseguido”, disse Joana.

Joana ressaltou a importância de lutar pela causa animal em todo o Amazonas, e pediu respeito pela garantia do bem-estar aos animais, sejam silvestres ou domésticos. Além disso, a parlamentar ainda pontuou a falta de fiscalização do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e Recursos Naturais (Ibama) aos pontos turísticos da cidade

“Infelizmente, o Agenor está sendo tratado como criminoso pelo Ibama, que é um órgão que deveria fiscalizar aqueles que cometem crimes, verdadeiramente, com o meio ambiente. Só que, ao invés disso, preferem perseguir um jovem pelo simples fato de conviver harmoniosamente com os animais no município onde vive, e principalmente com a capivara Filó”, sustentou.

Respeito pela cultura dos ribeirinhos

Para Agenor Tupinambá, as pessoas de fora não conhecem a vivência e a cultura daqueles que moram no interior do Amazonas, principalmente os ribeirinhos, que vivem nas proximidades dos rios, como é o caso de Agenor e sua família.

O estudante de agronomia ainda se defende das acusações de que estava ganhando dinheiro com os vídeos de Filó e demais animais nas redes, por meio da monetização, o que nunca aconteceu.

“Quando decidi mostrar a cultura amazonense para o mundo, não esperava sofrer com isso. Não falo somente por mim, falo pela cultura do interior, pois vivemos em contato direto com os animais, dividimos o mesmo espaço. Hoje estou impedido de fazer isso, de mostrar a minha realidade, dessa convivência. Nunca monetizei nenhum vídeo, nunca ganhei dinheiro com as imagens dos animais”, defendeu.

As palavras de uma mãe

Ana Cláudia Bruce, mãe de Agenor Tupinambá, falou sobre as condições que vive a família em Autazes. Na oportunidade, pediu para quem não conhece a cultura e a vivência do povo da floresta, como é o caso deles que moram na beira do rio, se informe para não espalhar fake news.

“A história do meu filho não é fácil, pois além de envolver o assunto delicado da tentativa de retirar a Filó da gente, ele foi diagnosticado com o Transtorno do Espectro Autista, e não conseguimos custear com todos os exames. Criei meu filho muito simples, e o Agenor, desde pequeno, ama os animais, pois ensinei ele a viver a nossa cultura, a viver com o meio ambiente”, afirmou.

Além disso, Ana Cláudia pediu respeito pela saúde do filho e demais familiares, pois o ataque desnecessário e até agressivo das pessoas, nas redes sociais, no caso da capivara Filó, está afetando a saúde mental da família.

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