Recurso indispensável à vida, a água, infelizmente, ainda carece de proteção e melhor uso. Conforme dados do Instituto Trata Brasil, no país, cerca de 33 milhões de pessoas vivem sem acesso à água potável. O Brasil chega a desperdiçar quase quatro litros de água para cada 10 que deveriam ser entregues pelas concessionárias, conforme dados do Sistema Nacional de Informações sobre Saneamento (SNIS). As perdas no percurso entre a captação e a distribuição chegam a 40,1%.
Diante do cenário desafiador e do que representa à manutenção da vida, o deputado estadual Roberto Cidade (UB), presidente da Assembleia Legislativa do Amazonas (Aleam), reforça, neste Dia Mundial da Água, 22/3, a importância da Lei nº 5.854/2022, de sua autoria, que institui a Campanha Permanente de Combate ao Desperdício de Água no Amazonas.
“O Brasil desperdiça 39,2% de toda a água potável que é captada. Isso significa que esse desperdício seria suficiente para abastecer mais de 63 milhões de brasileiros em um ano. O Amazonas desperdiça 68% da água tratada e, conforme o Trata Brasil, ocupa o segundo lugar entre os estados que mais desperdiçam água potável. Temos que buscar melhorar esse índice para o nosso próprio bem e para o bem do meio ambiente”, defendeu Cidade.
O desperdício de água impacta também na economia do país. Conforme dados do Instituto Trata Brasil, o desperdício de água vem aumentando ano após ano e gerando prejuízos que chegam a R$ 12 bilhões. Análise do Trata Brasil estima que se o país reduzisse as perdas de água poderia ter um benefício líquido de mais de R$ 27 milhões em 15 anos — até 2034. O Trata Brasil é uma Organização da Sociedade Civil de Interesse Público (Oscip) que desenvolve ações e estudos visando fomentar o saneamento básico no Brasil.
De acordo com a Secretaria Executiva da Associação Brasileira das Empresas Estaduais de Saneamento, as maiores perdas ocorrem nas regiões Norte, onde mais da metade, 51% do que é captado é desperdiçado, e no Nordeste, onde as perdas chegam a 46%. No Sudeste, que tem a maior cobertura de abastecimento, o desperdício fica em 38%.
Campanha ‘Água Mais Vida’
Se por um lado é grande o desperdício, por outro lado o consumo inadequado de água pode causar danos físicos e, consequentemente, fomentar o aumento da busca por atendimento médico decorrente da falta de consumo adequado de água. E, para minimizar esse dano, o deputado-presidente apresentou e teve aprovada a Lei nº 5.362/2020, que institui a Campanha “Água Mais Vida”.
A lei tem como objetivo estimular o consumo consciente de água, além de debater sobre a importância do hábito de beber água regularmente. “Uma campanha que chame atenção para a necessidade de beber água regularmente pode estimular toda a sociedade em adotar esse cuidado com a saúde. A Campanha ‘Água Mais Vida’ nada mais é do que uma forma de transformar essa necessidade em política pública que favoreça a saúde e o bem-estar da população. Isso contribui com o privado e o público na medida em que diminui a procura por atendimento médico, por exemplo”, afirmou.
A falta de água no organismo pode causar desidratação, processo que afeta de diferentes formas os órgãos e os sistemas, podendo provocar cansaço excessivo, dor de cabeça, pele ressecada e enfraquecimento funcional. Os principais benefícios do consumo regular de água são: controle da pressão sanguínea, prevenção de cãibras, proteção do coração, melhoria do funcionamento do intestino e dos rins, melhor transporte de nutrientes no organismo, aumentando a resistência física, auxiliando no emagrecimento, facilitando a absorção de vitaminas, protegendo os olhos e a pele, entre outros.
Segundo o guia alimentar voltado à população brasileira, desenvolvido pelo Ministério da Saúde, a quantidade de água ideal a ser consumida vai variar de acordo com idade e peso da pessoa, mas em média o valor se mantém em aproximadamente 2 litros de água por dia.
Dicas para evitar desperdício de água:
– Verificar as torneiras e os possíveis vazamentos;
– Diminuir o tempo do banho;
– Lavar a louça e escovar os dentes com a torneira desligada;
– Reaproveitar a água da chuva para lavar o quintal e regar as plantas.