A Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo (Abraji) se pronunciou, na tarde desta segunda-feira, 21, sobre o caso de agressão envolvendo o ouvidor-geral da Prefeitura de Manaus, Leonel Feitoza, que empurrou o microfone do jornalista do site Radar Amazônico, João Paulo Castro, durante uma manifestação da categoria de motociclistas de aplicativo contra uma lei que prejudica a classe. O caso foi registrado na manhã desta segunda-feira, no bairro Compensa, na Zona Oeste da capital amazonense.
À CENARIUM, a presidente da Abraji, Katia Brembatti, afirmou que “é inadmissível que um agente público aja com truculência contra a imprensa”. Para ela, o ato de afastar o microfone de um profissional demonstra que o autor desconhece a atividade jornalística, que tem a missão de informar.
Empurrar o microfone, em um espaço público, em que temas sociais estão sendo debatidos, denota desconhecimento sobre o trabalho jornalístico, que tem a missão de levar informações para a população”, declarou.
Em um vídeo gravado no momento do ocorrido é possível observar os motociclistas expulsando o ouvidor do local. Após a confusão, uma comissão de trabalhadores foi chamada para um encontro na sede da Prefeitura de Manaus.
“Estamos tentando ouvi-lo aqui, mas vocês viram que ele empurrou o nosso microfone. Estamos querendo fazer o nosso trabalho e o Leonel Feitoza age dessa forma com a nossa equipe, com arrogância e ignorância”, declarou o repórter.
Apuração
A presidente da Fenaj, Samira de Castro, informou à CENARIUM que encaminhou o caso para o Sindicato dos Jornalistas do Amazonas. “É uma prática da Fenaj acionar o Sindicato dos Jornalistas do Estado onde o caso aconteceu para apurar, ouvir a vítima e fazer os encaminhamentos necessários, inclusive na nota pública em conjunto”, afirmou a jornalista. A reportagem entrou em contato com o sindicato da classe no Estado e aguarda retorno.
Manifestação
Na manhã desta segunda-feira, 21, motociclistas se reuniram em frente à sede da Prefeitura de Manaus em protesto contra a Lei nº 3.379/2024 (PL 285), sancionada pelo prefeito David Almeida (Avante). O ato percorreu ruas da cidade até chegar ao local, com os participantes exigindo respostas sobre a nova medida. Os manifestantes pedem que o prefeito revogue ou modifique a regulamentação, alegando que novas exigências trazem custos elevados e complicações que comprometem a viabilidade do trabalho por aplicativos.
Leonel Feitoza foi nomeado Ouvidor-Geral pelo governo de David Almeida (Avante) em maio deste ano. Feitoza também foi vereador de Manaus por sete mandatos consecutivos desde 1989, chegando a presidir a Câmara Municipal.
Feitoza também atuou como diretor-presidente do Departamento Estadual de Trânsito do Amazonas (Detran-AM) e em 2023 foi subsecretário de Meio Ambiente e Sustentabilidade da capital antes de assumir o cargo de ouvidor.
A CENARIUM entrou em contato com a Prefeitura de Manaus para solicitar posicionamento sobre o ocorrido e quais medidas foram tomadas em relação ao comportamento do ouvidor-geral. Até o momento não houve retorno.
Com informações da Cenarium