Eliminação da malária: segunda oficina encerra com fortalecimentos de planos de ação municipais contra a doença

Municípios do Amazonas reforçaram estratégias de eliminação da malária na 2ª edição da Oficina de Eliminação da doença encerrada nesta quinta-feira (17/08). O evento é uma parceria entre a Fundação de Vigilância em Saúde do Amazonas – Dra Rosemary Costa Pinto (FVS-RCP), vinculada à Secretaria de Estado e Saúde (SES-AM), com o Ministério da Saúde e a Organização Pan-americana de Saúde (Opas).

O evento foi realizado no Centro de Convenções do Amazonas Vasco Vasques, em Manaus, e reuniu especialistas e técnicos responsáveis pelo combate à malária nos municípios do interior do estado e dos Distritos Sanitários Especiais Indígenas (DSEI’s), que discutiram e apresentaram estratégias, além de planos de ações para a eliminação da doença nos territórios municipais.

A diretora-presidente da FVS-RCP, Tatyana Amorim, destaca que os municípios foram fortalecidos a partir de uma programação aprofundada. “Os representantes dos 23 municípios desta edição da oficina tiveram acesso a palestras que foram importantes e ofereceram subsídios para as vigilâncias em saúde municipais”, destaca. 

Cássio Peterka, coordenador nacional de combate à malária do Ministério da Saúde acrescenta sobre a importância de traçar estratégias efetivas no combate à malária. “O objetivo principal foi obtido. Todos os personagens envolvidos no combate à malária puderam conversar entre si. Isso é fundamental, porque a partir da constatação do cenário epidemiológico de cada município, pode-se definir bem as estratégias que serão idealizadas nas suas realidades”, enfatiza.

A oficial nacional de malária e doenças negligenciadas da Opas, Sheila Rodovalho, ressalta que a discussão possibilita definir um plano alcançável para a eliminação da doença. “Depois dessa oficina, a Opas acredita que os municípios mostraram suas condições, onde foram avaliadas em conjunto quais as melhores as estratégias que terão sucesso no combate à malária no Amazonas, assim integrando o plano nacional”, ressalta.

Municípios participantes

Nesta segunda edição estiveram representados os seguintes municípios: Amaturá, Alvarães, Atalaia do Norte, Benjamin Constant, Barcelos, Boa Vista do Ramos, Barreirinha, Fonte Boa, Japurá, Juruá, Jutaí, Maraã, Maués, Nhamundá, Parintins, São Gabriel da Cachoeira, Santa Isabel do Rio Negro, São Paulo de Olivença, Santo Antônio do Iça, Tonantins, Tabatinga, Tefé e Uarini.

Esses municípios respectivamente integram as regionais do Alto Rio Negro, Alto Solimões, Triângulo e Baixo Amazonas. Esses territórios também contemplam os Distritos Sanitários Especiais Indígenas (DSEI’s) Alto Rio Negro Yanomami, Vale do Javari, Parintins, Alto Rio Solimões e do Médio Rio Solimões a Afluentes.

Crismari Rubim, gerente de endemias de Santo Antônio do Içá (a 880 quilômetros de Manaus), enfatiza, ainda, a importância da consultoria com que a oficina atuou. “As pautas que foram colocadas no evento nos desafiaram bastante. E já estamos trabalhando no plano para pensar e repensar no que contribuir para nosso município. E os técnicos nos auxiliam a corrigir possíveis erros, munindo as equipes com bastante conhecimento”, acrescenta.

Plano Estadual

A FVS-RCP lançou, no dia 31 de maio, o Plano Estadual de Eliminação de Malária com diretrizes para controle da doença, visando a eliminação dela até 2035, conforme meta acordada nacional junto ao Ministério da Saúde.

A estratégia possui quatro fases: a primeira é a de Preparação, que lança o trabalho e busca a redução de casos; a segunda é a de Consolidação, que propõe cumprir a meta de reduzir o índice da doença até 2030; a terceira fase é a de Eliminação, visando manter o estado sem óbitos e sem transmissão; por fim, a quarta fase, é a de Prevenção, que é manter o Amazonas livre da malária até 2035.

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