‘Não foi passeio no parque’, diz Moraes sobre ataques golpistas

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Ministro do STF destaca gravidade da tentativa de golpe de 8 de janeiro durante julgamento de denúncia contra Bolsonaro.

O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), afirmou nesta quarta-feira (26) que os atos golpistas de 8 de janeiro de 2023 “não foram um passeio no parque”. Segundo ele, a data foi marcada por “uma verdadeira guerra campal” em torno das sedes dos Três Poderes da República, com cenas de violência extrema e depredação de patrimônio público.

A declaração ocorreu durante a análise da denúncia apresentada pela Procuradoria-Geral da República (PGR) contra o ex-presidente Jair Bolsonaro e aliados de alto escalão. Eles são acusados de terem planejado e executado uma tentativa de golpe de Estado malsucedida.

Imagens reforçam a gravidade dos atos

Para ilustrar sua fala, Moraes apresentou imagens da destruição das sedes do Supremo Tribunal Federal, do Congresso Nacional e do Palácio do Planalto. “Tivemos uma tentativa de golpe de Estado violentíssima. Uma violência selvagem, com pedido de intervenção militar”, destacou o ministro.

O procurador-geral Paulo Gonet denunciou Bolsonaro e outros 33 envolvidos pelos crimes de tentativa de golpe de Estado, abolição do Estado Democrático de Direito, depredação de patrimônio público e organização criminosa armada. As acusações detalham que os atos golpistas tiveram início em 2021, com ataques às urnas eletrônicas e ao sistema eleitoral.

Estratégia para um golpe

Segundo a PGR, os atos de 8 de janeiro foram o desfecho de uma estratégia que buscava questionar a legitimidade do sistema eleitoral e insuflar a sociedade contra as instituições democráticas. De acordo com a denúncia, o chamado “núcleo crucial” do golpe, liderado por Bolsonaro e composto por outros sete civis e militares, teve participação direta na articulação e execução das ações violentas que resultaram na invasão e destruição de prédios públicos.

STF inicia julgamento da denúncia

Nesta quarta-feira, a Primeira Turma do STF começou a votar se aceita ou não a denúncia referente ao núcleo crucial do golpe. O julgamento marcará um importante passo no desdobramento jurídico dos atos de 8 de janeiro, que ainda reverberam no cenário político e institucional do Brasil.

Ao justificar a necessidade de responsabilização, Moraes enfatizou que os atos golpistas foram mais do que manifestações políticas. “Essas imagens não deixam dúvidas sobre a materialidade dos crimes narrados pela PGR”, concluiu.

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